David
Murrow
Aconteceu
novamente ontem. Eu participei de um culto em uma dessas igrejas contemporâneas
“quentes” – e quase ninguém cantava. Os fiéis estavam obedientes, de pé enquanto
a banda tocava música de rock, a maquina soltava fumaça e as luzes piscavam
rapidamente. O texto estava sendo projetado na tela, mas quase ninguém cantava.
Umas poucas mulheres
tentavam acompanhar, mas eu vi somente um homem, além do dirigente, a fazer
alguma tentativa. Há alguns meses atrás eu fiz um blog intitulado “Os Cristãos
deixaram de cantar?” “Have Christians Stopped Singing?” Eu fiz alguma pesquisa,
e fiquei sabendo que o canto congregacional tem diminuido e aumentado durante
séculos. Ele atingiu um ponto alto quando eu era jovem – mas a maré pode estar
começando a minguar novamente. E isto poderia ser má notícia para os homens.
Antes porém, lembremos rapidamente da história do canto congregacional: Antes da
Reforma, os leigos eram proibidos de cantar na igreja. Eles deveriam ficar
calados enquanto a musica sacra era executada por profissionais (sacerdotes e
“cantors”, que eram especialistas em canto litúrgico) tocava-se instrumentos
complexos, como o orgão de tubos, e cantava-se textos obscuros em Latim.) Os
Reformadores trouxeram de volta o canto congregacional para ser cantado pelo
povo. As melodias eram simples e fáceis de serem cantadas, e o texto era muito
rico teologicamente. Como a grande parte do povo era analfabeta no seculo 16, o
canto tornou-se uma forma excelente para o ensino das importantes doutrinas
cristãs. As pessoas aprendiam a respeito de Deus enquanto cantavam tudo o que se
deve e pode-se saber a respeito de Deus. Um avanço tecnológico – a invenção da
imprensa – causou uma explosão do canto congregacional. O primeiro hinário foi
impresso em 1532, e logo algumas duzias de hinos se tornaram populares em toda a
cristandade. Os hinários continuaram a crescer nos quatro séculos seguintes. Na
metade no século 20 todas as igrejas Protestantes tinham um hinario de
aproximadamente 1000 hinos, 250 dos quais eram frequentemente cantados. Na
igreja de minha juventude, cada pessoa sempre podia apanhar um hinario
disponível no banco e cantar cada strofe de cada hino.
Cerca de 20 anos atrás, um novo avanço tecnológico - o computador, com a capacidade de projetar textos na tela – começou a entrar nos santuários na America do Norte e no resto do mundo. De repente as igrejas podiam projetar o texto dos cânticos para todos acompanharem. Os hinários rapidamente se tornaram obsoletos. Os cristãos não ficavam mais limitados aos 1,000 hinos e cânticos recebidos do passado. No inicio as igrejas simplesmente projetavam cânticos que todos conheciam – canções e alguns hinos simples de louvor que tinham surgido durante o “Jesus Movement”. As pessoas os cantavam com entusiasmo. Mas isto começou a mudar há mais ou menos 10 anos atrás. Os líderes do culto de adoração entenderam que podiam projetar qualquer coisa na tela. Então eles começaram a trazer canções novas todas as semanas. Eles as tiravam do radio, da Internet, das conferências, congressos e acampamentos. Alguns, mesmo sem treino algum, começaram a compor suas próprias musicas e a cantá-las durante o culto, e alem disso, vendê-las gravadas em CD’s na saida do templo. Em pouco tempo, de 250 canções que todos conheciam, surgiram mais de 250,000 canções que ninguém conhece. Anos atrás, os lideres do culto preparavam a congregação de antemão, para aprender os novos cânticos que seriam usados no culto. Eles diziam: “Agora nós vamos cantar um hino novo para vocês aprenderem. Nós vamos cantá-lo duas vezes, e depois gostaríamos que vocês o cantassem conosco.” Hoje em dia não se faz mais isso. Frequentemente os cânticos mudam tão repentinamente que é impossível que alguém possa aprendê-los! As pessoas simplesmente não conseguem cantar algo que nunca ouviram antes. E nem ao menos existe a partitura da musica! Como é possível aprender a melodia?
Então a igreja voltou ao século 14. As pessoas ficam mudas enquanto músicos de calibre profissional tocam instrumentos complexos, e cantam em uma linguagem obscura totalmente encoberta pelo som de alto-falantes acima do nível suportavel. Martinho Lutero deve estar virando no caixão, em seu túmulo…
O que significa isso para os homens? No lado positivo, eles não sentem mais a pressão de que são obrigados a cantar na igreja. Os homens que têm dificuldade para ler, e nem possuem grandes vozes, não precisarão mais ficar perdidos ao folhear os hinários, nem cantar textos antigos, com palavras arcaicas, e muito menos tentar solfejar a pauta da musica.
Mas o lado negativo é imenso. Os homens geralmente gostam de fazer as coisas, e cantar era uma das coisas que podiam fazer juntos no igreja. Era uma excelente oportunidade para participar. Atualmente, com o desaparecimento do canto congregacional, a comunhão semanal desaparece, e só resta uma maneira para, de alguma forma, os homens participarem do culto – que é no ofertório. Seria esta a mensagem que realmente queremos dar aos homens?: “Sente-se aqui, fique bem quietinho, e divirta-se com o show. E não se esqueça de nos dar o um dinheirinho depois, viu”?
Talvez não haja nada de errado com o profissionalismo na igreja. O problema talvez nem seja a banda de rock, as luzes e a máquina que solta fumaça. A questão que estamos focalizando é a falta de familiaridade. Mesmo que o nosso intuito ao adorar a Deus não seja necessariamente o de agradar as pessoas, é natural que as pessoas apreciem ouvir ou cantar coisas que conhecem! Como sabemos disso? Reparem quando uma banda
“quente” executa um hino conhecido: o povo responde com prazer e todos cantam, até os homens!
“Why men have stopped singing in church”
Trad. J.W.Faustini
Cerca de 20 anos atrás, um novo avanço tecnológico - o computador, com a capacidade de projetar textos na tela – começou a entrar nos santuários na America do Norte e no resto do mundo. De repente as igrejas podiam projetar o texto dos cânticos para todos acompanharem. Os hinários rapidamente se tornaram obsoletos. Os cristãos não ficavam mais limitados aos 1,000 hinos e cânticos recebidos do passado. No inicio as igrejas simplesmente projetavam cânticos que todos conheciam – canções e alguns hinos simples de louvor que tinham surgido durante o “Jesus Movement”. As pessoas os cantavam com entusiasmo. Mas isto começou a mudar há mais ou menos 10 anos atrás. Os líderes do culto de adoração entenderam que podiam projetar qualquer coisa na tela. Então eles começaram a trazer canções novas todas as semanas. Eles as tiravam do radio, da Internet, das conferências, congressos e acampamentos. Alguns, mesmo sem treino algum, começaram a compor suas próprias musicas e a cantá-las durante o culto, e alem disso, vendê-las gravadas em CD’s na saida do templo. Em pouco tempo, de 250 canções que todos conheciam, surgiram mais de 250,000 canções que ninguém conhece. Anos atrás, os lideres do culto preparavam a congregação de antemão, para aprender os novos cânticos que seriam usados no culto. Eles diziam: “Agora nós vamos cantar um hino novo para vocês aprenderem. Nós vamos cantá-lo duas vezes, e depois gostaríamos que vocês o cantassem conosco.” Hoje em dia não se faz mais isso. Frequentemente os cânticos mudam tão repentinamente que é impossível que alguém possa aprendê-los! As pessoas simplesmente não conseguem cantar algo que nunca ouviram antes. E nem ao menos existe a partitura da musica! Como é possível aprender a melodia?
Então a igreja voltou ao século 14. As pessoas ficam mudas enquanto músicos de calibre profissional tocam instrumentos complexos, e cantam em uma linguagem obscura totalmente encoberta pelo som de alto-falantes acima do nível suportavel. Martinho Lutero deve estar virando no caixão, em seu túmulo…
O que significa isso para os homens? No lado positivo, eles não sentem mais a pressão de que são obrigados a cantar na igreja. Os homens que têm dificuldade para ler, e nem possuem grandes vozes, não precisarão mais ficar perdidos ao folhear os hinários, nem cantar textos antigos, com palavras arcaicas, e muito menos tentar solfejar a pauta da musica.
Mas o lado negativo é imenso. Os homens geralmente gostam de fazer as coisas, e cantar era uma das coisas que podiam fazer juntos no igreja. Era uma excelente oportunidade para participar. Atualmente, com o desaparecimento do canto congregacional, a comunhão semanal desaparece, e só resta uma maneira para, de alguma forma, os homens participarem do culto – que é no ofertório. Seria esta a mensagem que realmente queremos dar aos homens?: “Sente-se aqui, fique bem quietinho, e divirta-se com o show. E não se esqueça de nos dar o um dinheirinho depois, viu”?
Talvez não haja nada de errado com o profissionalismo na igreja. O problema talvez nem seja a banda de rock, as luzes e a máquina que solta fumaça. A questão que estamos focalizando é a falta de familiaridade. Mesmo que o nosso intuito ao adorar a Deus não seja necessariamente o de agradar as pessoas, é natural que as pessoas apreciem ouvir ou cantar coisas que conhecem! Como sabemos disso? Reparem quando uma banda
“quente” executa um hino conhecido: o povo responde com prazer e todos cantam, até os homens!
“Why men have stopped singing in church”
Trad. J.W.Faustini
(enviado pelo Maestro Martin Altevogt)
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