Quero conversar
com você sobre a saliva. Ela pode ser
comparada com uma grande família na qual existe gente de todo o tipo. Da
família Saliva faz parte um primo mal
educado que se chama Cuspe. A glória do Cuspe é o dia de jogo de futebol
televisionado. Ele costuma entrar em cena em casos de cansaço, briga, nojo e
desprezo. Até pode se transformar numa arma. Uma cusparada na cara é munição com alto teor destrutivo.
Outra
integrante da família Saliva é a Água na Boca. Quem nunca falou “Ah,
fiquei com água na boca”? Essa entra em
cena com a perspectiva de uma saborosa refeição, preparada com carinho e cheiro
bom. É um ótimo lubrificante. Prepara todo o nosso aparelho digestivo superior para
a boa dádiva da alimentação. Mas não esqueçamos que na mesma família vive a Boca Seca da ansiedade, do medo e do susto.
Trata-se, de fato, de uma família grande e diversa!
Assim como em quase toda grande
família, também na família Saliva existem integrantes com
ocupação diversificada: um faz isso e outro faz aquilo. O Anticorpo é aquele cara forte que
trabalha de guarda na entrada, incluindo todo o corredor que leva à boca do
estômago. E quando tem fôlego suficiente, faz até a guarda da saída, lá no fim
do baile. Mesmo sendo forte, porém, a bebida gelada no almoço representa uma
verdadeira ducha de água fria na sua cabeça.
No “diz que disse” dos
livros apareceu uma conversa de que o segredo do crescimento dessa família poderosa
está ligado à experiência de se sentir útil e que, pelo lado contrário, tudo
que se relaciona com raiva e violência, literalmente seca essa família.
Tirei as minhas conclusões: Deve ser por isso que vejo
tantas pessoas saudáveis e felizes envolvidas com serviços comunitários que
incluem gentileza, amor altruísta, compaixão e misericórdia. Isso faz bem pra
todo mundo!
Leonídio Gaede
Oficina
de textos para rádio
Gramado,
28 de abril de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário